EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO 2001_NOTÍCIAS DA IMPRENSA_PESQUISA



CODEVASF LANÇA EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - Codevasf -, o Ministério da Cultura, a Agência Nacional de Águas, Embrapa e vários empresários de estados banhados pelo rio unem-se em prol do Projeto pelos 500 anos de descobrimento do rio São Francisco. A abertura oficial das comemorações pelos 500 anos do Velho Chico, acontece nessa quinta-feira, dia 4, em Penedo, e se estende até o próximo sábado. Vão estar presentes na solenidade diversas autoridades dos Estados de Sergipe e Alagoas. Confira a programação de atividades que seguem até o próximo sábado
04/10 (quinta-feira) - Reabertura do Teatro Sete de Setembro; Solenidade de Abertura Oficial da Expedição Américo Vespúcio; Assinatura do Acordo de Cooperação do Projeto Monumental/BID entre o Ministério da Cultura e o município de Penedo; Visita ao Convento de Nossa Senhora dos Anjos; Almoço com autoridades; Caminhada Corrente Franciscana; Lançamento da Pedra Fundamental do Marco dos 500 Anos; Ato Ecumênico; Show Pirotécnico; Coral Embracanto; Toré de Índio e Capoeira de Penedo; Show Musical com Chiko Queiroga e Banda.
05/10 (sexta-feira) - Grupo Caçuá; Show musical com Madson e Banda; Show com Antúlio Madureira; Show com Banda Dr. Charada; Show de Forró Eliezer Setton.
06/10 (sábado) - Corrida com Embarcações Típicas da Região; Teatro de Rua Companhia Teatro Joana Gajuru; Show Musical com Elba Ramalho (com leitura de texto-lançamento da campanha ambiental); Forrozão H20; Show com Banda Time Machine. Infonet. 04/10/2001. Acesso em 30/11/2010.

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EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO FAZ SUA PRIMEIRA VIAGEM

A Expedição Américo Vespúcio viaja, na tarde dessa quinta-feira, de Aracaju com destino ao estado de Minas Gerais. A expedição, um evento idealizado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - Codevasf -, é um trabalho de preservação ambiental que irá percorrer todo o Vale do São Francisco. A bordo da expedição seguem desde artistas musicais a histórias em quadrinhos: aulas sobre a importância de preservação da Água e Meio Ambiente; esquetes teatrais "Água Azul em: O Riacho Cristalino" e "Zé Piau em Vou Fazer um Mundo Lindo!"; revistas em quadrinhos - "Zé Piau em: O Dia do Peixamento" (nº 1, 3ª edição) e "Zé Piau em: Vou Fazer um Mundo Lindo!" (nº 2, lançamento); trabalho de canto dos repertórios dos CDs "Água Azul" (março/01) e "Mundo Lindo" (lançamento) - de autoria de Graça Melo; grupo teatral Edmilson Suassuna Produções, com os atores Edmilson Suassuna, André Sant'Anna, Rose Ribeiro, Márcio Aislan e Stephane Paula; operadora de som Patrícia Rockfella; Gladston Barroso (Gal), estudante do curso de Arte da UFS e estagiário responsável pelas ilustrações das HQs, dos CDs, do cenário dos esquetes e dos álbuns das aulinhas; a assistente de Produção, Solange Santos; e Graça Melo, idealizadora dos projetos de educação ambiental.
 A expedição tem previsão de retorno, ainda não confirmado, para o dia 7 de dezembro. Também são parceiros: senadora Maria do Carmo Alves, Universidade Tiradentes, Banese, Petrobras/SE, Domo - Arquitetura e Projetos Culturais, Gráfica J. Andrade, Fanese, Chesf/Recife, ONG Canoa de Tolda e Bojetur Turismo Ltda. InfoNet, 08/11/2001. Acesso em 15/03/2010.

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EXPEDIÇÃO FARÁ DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS DO RIO SÃO FRANCISCO

Brasília - Neste domingo, às 8 horas, transportada por uma carreta Volvo, deixa o Pontão do Lago Sul a barca que abrigará a partir de segunda-feira (12), na cidade mineira de Iguatama, a Expedição Américo Vespúcio 2001, que fará uma viagem de 30 dias no rio São Francisco. Durante todo este sábado ela ficou em exposição no Pontão.
Idealizada pela Codevasf - Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba, a expedição integrada por 40 pesquisadores de vários órgãos federais vai realizar estudos sobre questões ambientais, econômicas, sociais e turísticas com o objetivo de conscientizar os brasileiros sobre os diversos problemas que afetam o rio atualmente.
Segundo o coordenador da expedição, o engenheiro agrônomo da Codevasf Geraldo Gentil Vieira, a expedição percorrerá três mil quilômetros até a foz do rio, em Penedo, entre os estados de Sergipe e Alagoas.
Aspectos como o desmatamento predatório, poluição por dejetos humanos e industriais e o assoreamento do Velho Chico serão avaliados por pesquisadores da Embrapa, do Ibama, da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, entre outros órgãos, a fim de, posteriormente, oferecer subsídios a um projeto de recuperação do rio.



"O objetivo maior da viagem é resgatar o São Francisco nas questões ambientais e sócio-econômicas, a fim de gerar riquezas para as populações ribeirinhas dentro do conceito de desenvolvimento sustentado. Esperamos a partir daí promover uma mudança de paradigma de tudo que envolve o rio hoje", afirmou Gentil Vieira, natural de Iguatama, a segunda cidade banhada pelo Velho Chico, cuja foz, em Penedo, foi descoberta há 500 anos pelo navegador Américo Vespúcio.
Durante o percurso da viagem, pesquisadores irão promover audiências públicas em 23 municípios ladeados pelo rio, com a presença de prefeitos, vereadores e das comunidades locais.
São objetivos específicos dos engenheiros, biólogos, ambientalistas, antropólogos, hidrólogos e historiadores de órgãos como a Embrapa, Ibama, Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente e a Codevasf, esta subordinada ao Ministério da Integração Nacional; desenvolver estudos que irão respaldar o projeto de revitalização do Velho Chico, a criação de áreas de proteção ambiental e histórica nos trechos mais importantes do rio.
Será feito ainda um diagnóstico do potencial turístico do vale do São Francisco com a finalidade de atrair investimentos para a região.
A barca, levando as bandeiras do Brasil, do Distrito Federal e dos estados banhados pelo rio - Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Sergipe - possui 17 metros de comprimento por três metros e dez centímetros de largura.
Pesa 17 toneladas e foi construída pela empresa de navegação Pedro Iran Pereira Espírito Santo (Empresa PIPES de Navegação, de Carolina-MA) especialmente para a missão.
A barca tem dois banheiros, um feminino e um masculino, cozinha, e está toda equipada com mesas de trabalho e site a bordo em tempo real.
Além do comandante João Murilo Oliveira Machado, a barca conta com um mecânico, Aldemor Ferreira de Souza, preparado para atender a qualquer emergência.
Ao deixar o local neste domingo, a carreta, dirigida pelo motorista Marcelo Gil, será conduzida até a saída do Distrito Federal por quatro batedores e duas viaturas da Polícia Rodoviária Federal.
Antes de chegar a Iguatama - nome em tupi-guarani que significa "o rio curvo da minha terra" -, localizada a 230 quilômetros a sudoeste de Belo Horizonte e distante 650 quilômetros de Brasília, a carreta levando a barca passará pelas cidades mineiras de Paracatu, Patos de Minas e São Gotardo.
Os interessados em obter informações sobre o andamento dos trabalhos da expedição podem acessar o site na internet www.americovespucio.com.br. Mensagens também podem ser enviadas pelo e-mail expedição@americovespucio.com.br. Fonte: Agência Brasil, 11/11/2001; acesso em 20/11/2008.

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COMEÇA HOJE EXPEDIÇÃO QUE COMEMORA 500 ANOS DO RIO SÃO FRANCISCO

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Em comemoração aos 500 anos de descobrimento do rio São Francisco pelo navegador italiano Américo Vespúcio, começa hoje, às 10h, a partir de Calciolândia-MG [aeroporto próximo a Iguatama], a expedição "Américo Vespúcio 2001", que tem como objetivo partir da nascente do rio [na serra da Canastra] e seguir até sua foz.
Participam da expedição uma equipe de 40 técnicos de órgãos governamentais e não-governamentais. Eles devem fazer um levantamento das condições ambientais, econômicas, sociais e turísticas ao redor do rio.
O encerramento da expedição está prevista para 13 de dezembro, quando a equipe deverá chegar à foz do rio, depois de percorrer 3.000 km desde a sua nascente. Folha Online - 12/11/2001 - 09h26 – Brasil.

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EXPEDIÇÃO AO RIO SÃO FRANCISCO DÁ INÍCIO A EXPERIÊNCIA INÉDITA

Extensão exata - Um dos objetivos da Expedição Américo Vespúcio é levantar a extensão com precisão do rio São Francisco. “Até hoje, não se sabe exatamente qual a extensão do rio. Alguns afirmam que são 2,7 mil quilômetros, mas outros dizem 3,1 mil quilômetros. Vamos acabar com essa dúvida”, assegura Geraldo Gentil Vieira, coordenador da expedição.
Principais objetivos
- Iniciar o programa de revitalização do rio São Francisco- Criação de comitês de bacia e sub-bacias
- Educação ambiental itinerante
- Diagnóstico do potencial turístico do rio
- Atrair investimentos para o vale do São Francisco.
Um feito inédito começa a ser realizado, hoje, em Minas Gerais. Pela primeira vez, um trecho de 500 quilômetros do rio São Francisco será percorrido através de um barco de porte. As condições de todo o rio, ao longo dos cerca de 3 mil quilômetros de extensão, da nascente à foz, serão levantados pela Expedição Américo Vespúcio, integrada por técnicos e especialistas, incluindo geólogos, historiadores, biólogos e outros profissionais.
A embarcação com a equipe – que totaliza 28 pessoas – começa a navegar nas águas do Velho Chico hoje, a partir de Iguatama, município da região Oeste de Minas Gerais que fica a 230 quiloômetros de Belo Horizonte. A iniciativa tem patrocínio da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).
O trecho onde nenhum barco de porte jamais navegou fica entre Iguatama e Três Marias. A equipe utiliza uma embarcação especial – a PIPES -, fabricada no Maranhão e adaptada para percursos onde a navegação é difícil. O barco pade navegar mesmo em águas com apenas 80 centímetros de profundidade. Até então, todas as expedições que percorreram o rio começaram a partir de Pirapora.
Conforme o engenheiro agrônomo Geraldo Gentil Vieira, idealizador e coordenador da expedição, Iguatama foi escolhida para a partida porque um estudo constatou que a cidade é o primeiro ponto abaixo da nascente do rio, onde seria possível a navegação com o barco especial. Iguatama fica a 120 quilômetros da nascente do Velho Chico, situada na serra da Canastra, já no município de São Roque de Minas.
A viagem da Américo Vespúcio será intercalada, com alguns trechos sendo realizados por terra. Nessas condições, o barco PIPES será transportado numa carreta, também adaptada. A previsão é de que o barco chegue a Três Marias no dia 19. De lá, até Pirapora, o deslocamento será feito pela via terrestre. A expedição com o barco recomeça em Pirapora, no dia 21. A chegada da comitiva à foz do rio no oceano Atlântico, em Penedo (AL), está prevista para o dia 14 de dezembro.
Cada profissional que participa da expedição estará fazendo um diário de bordo, anotando as informações relativas a desmatamento de matas ciliares, condições dos efluentes e afluentes, lagoas marginais e outros fatores. Também serão colhidas informações em audiências públicas nas cidades ribeirinhas.
Todos os dados vão fazer parte de um diagnóstico que servirá como base para as medidas a serem implementadas dentro de um plano de revitalização do rio São Francisco, lançado pelo governo federal. Fonte: Estado de Minas (Luiz Ribeiro) - 15 de novembro 2001; acesso 20/11/2008.

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EXPEDIÇÃO INICIA REVITALIZAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

A Expedição Américo Vespúcio 2001, organizada pela Codevasf - Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba, com o apoio de diversas áreas do governo federal e iniciada no último dia 7 para homenagear o navegador que em 1501 encontrou a foz do rio São Francisco e batizou-o com este nome, chegará a Penedo/Alagoas no dia 7 de dezembro.
A homenagem se deve à comemoração, neste ano, dos 500 anos de descobrimento do rio, e é feita com a viagem de barcos do Ibama e da Polícia Ambiental de Bom Despacho (MG), marcando o início do programa de revitalização do Rio São Francisco e do programa de Zoneamento Ecológico-Econômico do Vale do São Francisco.
Em alguns trechos, os barcos terão que ser transportados de carreta e os membros da expedição, de ônibus, até a localidade seguinte, conforme a situação de navegabilidade do rio. Serão criados durante o percurso Comitês de Bacias e Sub-Bacias, com aulas de educação ambiental itinerante e audiências públicas nas quais serão firmados compromissos com cada uma das cidades banhadas pelo rio ou próximas a ele, no total de 503 municípios.
A expedição também avaliará a potencialidade turística do vale do São Francisco, com um inventário de varredura do patrimônio cultural e natural, desde a serra da Canastra (MG) onde o rio nasce.
A expedição saiu da serra da Canastra, em Minas Gerais, e a largada fluvial ocorreu em Iguatama, passando por Lagoa da Prata, Ponte Quebrada, Abaeté/Pompeu, Curral Velho, Morada Nova de Minas, Três Marias, Pirapora, Buritizeiro, São Francisco e Januária (MG). Agora ela vai na direção das localidades baianas de Bom Jesus da Lapa, Barra, Xique-Xique, chegando no dia 21 a Petrolina (Pernambuco).
De lá, seguirá para Canindé de São Francisco e Propriá (Sergipe), de onde partirá para a etapa final, a cidade alagoana de Penedo, rumando finalmente para a foz do Rio São Francisco, onde ele se encontra com as águas do oceano Atlântico.
Serão percorridos cerca de 3 mil quilômetros, com um levantamento das questões ambientais, econômicas, sociais e turísticas responsáveis pela fixação das comunidades do vale do São Francisco, conscientizando a sua população e a opinião pública brasileira sobre os problemas que vêm afetando alguns trechos, como desmatamento predatório e poluição, entre outros. Fonte: Agência Brasil; acesso em 20/11/2008.

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NAVEGANDO O VELHO CHICO

O rio São Francisco está recebendo a visita de um grupo de técnicos e cientistas integrados na Expedição Américo Vespúcio 2001, que estuda a recuperação das margens e do leito, com vistas à revitalização econômica da região. O percurso, com duração de 30 dias, inclui 24 cidades ribeirinhas até a foz, encerrando-se no dia 13 de dezembro.

            Equipes estão levando a barranqueiros e pescadores a educação ambiental e fazendo audiências públicas para discussão de ações integradas entre os governos federal, estadual e municipal, como parte do trabalho para 2002.

            O projeto é uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf, com apoio dos ministérios da Cultura e do Meio Ambiente, Embrapa, Ibama e Sebrae, entre outros órgãos e empresas que também integram o projeto Velho Chico 500 anos. Informações: www.americovespucio.com.br. Fonte: Hoje Cultura Hoje - Informativo do Ministério da Cultura. Ano 6, nº 122. 01/12/2001.

 

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IBAMA VAI PROPOR MEDIDAS PARA REVITALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCO

Técnicos do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais renováveis que participam da expedição Américo Vespúcio vão apresentar relatório ao Ministério do Meio Ambiente propondo medidas para a revitalização do rio São Francisco. Durante a expedição, que já completa quase 20 dias, eles constataram vários problemas ambientais.
A participação do Ibama na expedição tem como objetivo verificar os principais problemas ambientais ao longo dos quase 3.000 quilômetros do São Francisco, desde a nascente na serra da Canastra (MG) até a foz em Penedo (AL), e propor alternativas para a sua revitalização.
Segundo os técnicos do Ibama, o Alto São Francisco compreende desde a serra da Canastra até Pirapora (MG) e foram constatados problemas ambientais de toda natureza, entre eles desmatamentos indiscriminados das matas ciliares e de topos de morros, uso inadequado do solo nas plantações de culturas de café e cana de açúcar e, principalmente, na exploração da pecuária leiteira, lançamentos de esgotos domésticos de todas as cidades e industriais nos mananciais e poluição causada por dezenas de minerações de calcário, agrotóxicos (defensivos e pulverização aérea), lixões e aterros, carvoarias.
O Médio São Francisco está compreendido de Pirapora até Barra (BA), sendo que os problemas ambientais mais comuns observados nesse trecho foram desmatamentos das matas ciliares, erosão e assoreamento das margens do rio, lançamento de esgotos domésticos de todas as cidades e industriais (principalmente rio das Velhas) e captações clandestinas de água. Fonte: Agência Brasil, 03/12/2001, site visitado em 20/11/2008.

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EXPEDIÇÃO LEVANTA SOLUÇÕES PARA O RIO SÃO FRANCISCO

A Expedição Américo Vespúcio 2001 será encerrada no próximo dia 13, após ter percorrido três mil quilômetros com o barco PIPES pelas águas do rio São Francisco.
A expedição, que conta com técnicos e cientistas que fazem medições e experiências, tem o objetivo de definir o que é necessário para recuperar o assoreamento e o desmatamento das margens do rio e fazer a sedimentação.
O resultado do levantamento da Américo Vespúcio 2001 vai dar base a ações integradas entre os governos federal, estadual e municipal para os trabalhos de revitalização do rio São Francisco, que deverão ser iniciados no ano que vem.  Fonte: Jornal do Brasil- Seção: Brasil, 09/12/2001; acesso em 20/11/2008.  

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EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO ESTÁ A CAMINHO DE XIQUE-XIQUE(BA)

A Expedição Américo Vespúcio 2001, que terá percorrido 3 mil quilômetros até o dia 13 próximo nas águas do Rio São Francisco, com o barco PIPES, está hoje a caminho da cidade de Xique-Xique, na Bahia. No dia 6 ruma às 8 horas para a Eclusa de Sobradinho, e em seguida para Petrolina (PE) de onde o barco vai para Juazeiro (BA). Lá, no dia 7, a tripulação tem marcada audiência pública com a comunidade local.
A expedição conta com técnicos e cientistas que fazem medições e experiências, relatando o que precisa ser feito para recuperar o assoreamento e o desmatamento das margens e fazer a sedimentação. O resultado do levantamento da expedição vai basear ações integradas entre os governos federal, estadual e municipal para os trabalhos de revitalização que serão iniciados no próximo ano. Fonte: Lourenço Melo, Agência Brasil/ Brasília, 4/12/2001; acesso em 20/11/2008.

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EXPEDIÇÃO NO SÃO FRANCISCO PROMOVERÁ TURISMO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A exploração do potencial turístico do rio São Francisco e o desenvolvimento de um trabalho de educação ambiental nas cidades ribeirinhas, estão entre os pontos mais importantes do projeto de revitalização empreendido pelo governo federal.
A Expedição Américo Vespúcio 2001, que termina nesta semana o percurso de mais de 3 mil quilômetros ao longo do rio, está reunindo farto material sobre a realidade dessas cidades. E muitos trechos poderão ser escolhidos para um projeto de curto prazo de exploração turística. Agência Brasil. Fonte: www.pescacommosca.com.br; acesso em 20/11/2008.

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EXPEDIÇÃO QUE PERCORRE O SÃO FRANCISCO COLHE SUGESTÕES DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA

A Expedição Américo Vespúcio 2001, que está percorrendo o rio São Francisco para colher subsídios para o processo de revitalização do rio, tem marcadas para esta sexta-feira (7) duas audiências públicas, uma em Petrolina (PE), pela manhã, e a outra em Juazeiro (BA), à tarde.
As comunidades vão apresentar reivindicações ligadas à proposta do governo de promover, com o projeto de revitalização do rio, o desenvolvimento sustentável das regiões ribeirinhas, paralelamente ao trabalho de conservação.
Cerca de 40 pessoas, entre técnicos, jornalistas e estudantes estão viajando no barco PIPES em missão organizada pela Codevasf e diversos órgãos do governo que vão elaborar o projeto. Fonte: Agência Brasil, 06/12/2001; acesso em 20/11/2008.


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SÃO FRANCISCO VEM SOFRENDO COM A DIMINUIÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA E MORADORES RIBEIRINHOS PEDEM A REVITALIZAÇÃO.

Sucursal Arapiraca – Uma audiência pública, que será realizada na próxima quarta-feira, na Casa da Aposentadoria, na cidade de Penedo, traz à tona mais uma vez a questão da revitalização do rio São Francisco.
Promovida pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a solenidade faz parte das comemorações em torno do aniversário de descobrimento do rio, comemorado no último dia 30 de outubro e que se estende até outubro de 2002, quando todas as atividades alusivas à data serão concluídas.
União - Segundo os organizadores, a audiência pública vem ocorrendo em diversas cidades ribeirinhas ao rio São Francisco, no estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Sergipe.
A solenidade da próxima quarta-feira faz parte da Expedição Américo Vespúcio, cujos participantes vão apresentar um resumo das reivindicações e prioridades da população ribeirinha, abordando problemas sociais, econômicos e ambientais que afligem os moradores da região do São Francisco.
De acordo com os organizadores do evento, vão marcar presença, além da Codevasf, representantes do governo do Estado, da prefeitura local, da Fundação Casa do Penedo, além de lideranças políticas e empresariais.
Conscientização - O assessor de promoção da Codevasf, Eduardo Jorge de Oliveira Motta, afirma que o objetivo de todo esse trabalho é conscientizar a população do vale do rio São Francisco e a opinião pública brasileira sobre os problemas que vêm afetando o rio. Ele acrescenta que a audiência tem por finalidade, ainda, criar condições para uma integração construtiva entre a comunidade e os programas em implantação na região.
Por lunamozart@ig.com.br; sábado, 08 de dezembro de 2001. Fonte: Gazeta de Alagoas.
Acesso em 03/07/2009.

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EXPEDIÇÃO LEVANTA SOLUÇÕES PARA O RIO SÃO FRANCISCO

BRASÍLIA - A Expedição Américo Vespúcio 2001 será encerrada no próximo dia 13, após ter percorrido três mil quilômetros com o barco Pipes pelas águas do rio São Francisco.
A expedição, que conta com técnicos e cientistas que fazem medições e experiências, tem o objetivo de definir o que é necessário para recuperar o assoreamento e o desmatamento das margens do rio e fazer a sedimentação.
O resultado do levantamento da Américo Vespúcio 2001 vai dar base a ações integradas entre os governos federal, estadual e municipal para os trabalhos de revitalização do Rio São Francisco, que deverão ser iniciados no ano que vem. Fonte: JB Online, 09/12/2001.

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TERMINA EXPEDIÇÃO QUE FAZIA ESTUDOS NO RIO SÃO FRANCISCO

BRASÍLIA - A Expedição Américo Vespúcio 2001 que percorre o rio São Francisco com o objetivo de fazer um levantamento das condições ambientais, econômicas, sociais e turísticas ao longo do rio, termina hoje com a chegada à cidade de Penedo (AL). De acordo com a Radiobrás a expedição começou no dia 12 de novembro. Fonte: JB On Line; acesso em 20/11/2008.

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REVITALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCO VOLTA
A SER DEBATIDA EM PENEDO

Sucursal Arapiraca – A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) promove, hoje, a partir das 16h, na Casa da Aposentadoria, em Penedo, uma audiência pública com o propósito de discutir mais uma vez  a necessidade de revitalização do rio  São Francisco, que sofre intenso processo de degradação.
A audiência pública faz parte de uma programação que vem se desenvolvendo nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e agora em Alagoas. Segundo os organizadores, a reunião integra a expedição Américo Vespúcio, que vem percorrendo o São Francisco desde sua nascente, em Minas Gerais.
Na ocasião, está prevista a apresentação, por parte dos integrantes da Expedição Américo Vespúcio, das principais reivindicações de moradores ribeirinhos, além de trazer à tona o agravamento de problemas socioeconômicos em decorrência do processo de degradação por que passa o rio.
“A programação faz parte das comemorações em torno dos 500 anos do descobrimento do rio e resultará na Carta de Penedo, documento que vai conter as principais reivindicações da população ribeirinha para nortear as ações de revitalização do rio”, afirma o superintendente regional da Codevasf, Ronaldo Lopes Pereira.
Estudantes da Escola Estadual Professor Ernani Méro promoveram, ontem, dentro da programação alusiva ao aniversário do São Francisco, um evento ligado à educação ambiental com a presença de jovens moradores de municípios localizados às margens do rio, com o propósito de fazê-los lutar em defesa do Velho Chico.
Por lunamozart@ig.com.br; Quarta-feira, 12 de dezembro de 2001. Fonte: Gazeta de Alagoas. Acesso em 03/07/2009.

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EXPEDIÇÃO REVITALIZA RIO SÃO FRANCISCO COM AJUDA DE RIBEIRINHOS

Uma onda de boas notícias promete inundar o rio São Francisco: técnicos da Expedição Américo Vespúcio, coordenada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), já elaboram propostas para revitalizar o rio, oferecendo alternativas de trabalho aos ribeirinhos e evitando a degradação ambiental.
A idéia unânime para resolver o problema do assoreamento - causado pela poluição, a destruição das matas e o uso excessivo das águas em hidrelétricas - é o incentivo ao turismo. Exemplos bem-sucedidos não faltam: a expedição terminou seu trabalho na última sexta-feira (14/12) em Penedo, uma jóia colonial à beira do Velho Chico que já colhe os frutos do estímulo à preservação de seu casario e à criação de roteiros culturais e ecológicos.
Os proprietários de imóveis tombados têm desconto de 50% no IPTU. E quem não tem dinheiro para conservar o prédio, faz uma parceria com a prefeitura. Com isso, o número de turistas aumenta ano a ano - diz o secretário de Turismo de Penedo, Sérgio Paulo Rodrigues. As informações são do jornal o Globo, 16/12/2001. www.aprendiz.org.br.


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EXPEDIÇÃO FAZ PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO VELHO CHICO

Os técnicos da Expedição Américo Vespúcio, que percorreram por 30 dias o rio São Francisco, já elaboraram propostas para revitalizar o rio, oferecendo trabalho aos ribeirinhos e evitando a degradação ambiental.
Durante o percurso, foram realizadas audiências públicas com as comunidades, em que foram recebidas sugestões para o desenvolvimento do turismo, a melhoria da rede de saneamento básico e o estímulo a pesca não predatória. Os técnicos querem R$ 1 bilhão em cinco anos para revitalização do Velho Chico. (O Globo – Seção: O País, 17/12/01, pág. 9, [4x24]). Fonte: www.paginasdinamicas.com.br; acesso em 20/11/2008.
  
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BACIA HIDROGRÁFICA DO VELHO CHICO RECEBE SUGESTÕES DE RIBEIRINHOS

Terminou na última sexta-feira, dia 18, a expedição Américo Vespúcio, um dos projetos desenvolvidos para a revitalização do rio São Francisco, coordenado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
Inicialmente, a Codevasf planejava adotar as propostas da Carta de Iguatama - documento desenvolvido por autoridades e ambientalistas em Iguatama (MG), cidade próxima à nascente do rio, na Serra da Canastra. A carta previa a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) nos municípios que cercam a nascente do São Francisco e a construção de pólos de pesca e de cultivos de frutas. Porém a expedição foi mais além: durante os 30 dias de viagem, o passeio pelos municípios ribeirinhos foi acompanhado por audiências com os moradores, onde foram discutidos planos de trabalho que evitassem a degradação ambiental. No final, os próprios moradores deram sugestões de como melhorar a rede de saneamento básico, o turismo e o combate à pesca predatória.
Um projeto que ainda traz polêmica é o da transposição das águas do Velho Chico para o sertão, porém ainda é necessário, por meio de obras, aumentar a oferta de águas do rio e conseguir o apoio das prefeituras dos municípios que ficam às margens do rio, que por enquanto têm em mente aproveitar a bacia hidrográfica do rio para o ecoturismo. Fonte: ANBio – Associação Nacional de Biossegurança; site visitado em 20/11/2008.


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ECOLOGIA - REVITALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCO

A Expedição Américo Vespúcio percorreu o rio São Francisco da sua nascente na Serra da Canastra, com largada pouco abaixo na cidade mineira de Iguatama até Penedo, onde o Velho Chico desemboca.
Logo no início da viagem, ambientalistas e técnicos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) anunciaram, na Carta de Iguatama, a criação de uma área de proteção ambiental que abrange dez municípios próximos à nascente, além do desenvolvimento de pólos de pesca e de cultivo de frutas. Durante todo o trajeto, foram colhidas sugestões das comunidades ribeirinhas, muito preocupadas com o baixo volume das águas.


Rio São Francisco: governo pretende revitalizar as belezas banhadas por suas águas.
Foto: Guinaldo Nicolaevsky/Prensa Três

Nas audiências públicas, o que mais se ouviu foi o desejo de combate à degradação ambiental. Desenvolver o turismo, melhorar a rede de saneamento básico e estimular o manejo da pesca foram outras idéias muito citadas. Os técnicos da Codevasf, porém, têm em mãos uma verba insuficiente: foram liberados apenas R$ 12,7 milhões do bilhão pleiteado e, assim mesmo, o dinheiro sairá do projeto de transposição de águas, que vai contra os interesses das prefeituras locais, que não querem saber de mexer no leito do Velho Chico. Fonte: www.terra.com.br/planetanaweb, 14/12/2001; acesso em 20/11/2008.

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EXPEDIÇÃO PELO RIO SÃO FRANCISCO - PALESTRA

Em 4 de outubro de 1501, a frota do navegador italiano Américo Vespúcio, comandada por Gonçalo Coelho, entrou na foz de um grande rio e o batizou com o nome do santo do dia: São Francisco.
A data marca o início oficial da história de um rio inteiramente brasileiro que nasce no Parque Nacional da Serra da Canastra, próximo a São Roque (MG), e percorre cinco estados antes de desembocar no Oceano Atlântico.  Cinco séculos depois, entre os dias 11 de novembro e 14 de dezembro de 2001, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Alto Parnaíba (Codevasf) percorreu rota semelhante.



 A Expedição Fluvial Américo Vespúcio 2001 navegou toda a extensão do São Francisco para mapear a bacia, identificar as áreas que necessitam de revitalização e o potencial turístico da região. As informações obtidas serão utilizadas no projeto de desenvolvimento sustentável em 503 municípios que compõem a Bacia do São Francisco.
O relato dessa expedição poderá ser conhecido hoje, durante o seminário Expedição Américo Vespúcio, que será realizado no auditório do Senac (903 Sul), a partir das 19h. O seminário é gratuito e contará com a participação do secretário executivo do Comitê de Revitalização e Conservação da Bacia do São Francisco, Aldemir Paraguassu, e do integrante da ONG Berços das Águas, Maurício Leão. Fonte: Correio Braziliense/Correioweb, 01/03/2002; www.senacdf.com.br; acesso em 20/11/2008.


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SEMINÁRIO DISCUTE PRESERVAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

Para sensibilizar e estimular a participação dos diversos segmentos da sociedade civil no processo do desenvolvimento sustentável na região do Rio São Francisco, o Centro de Recursos Ambientais (CRA), promove nos dias 10 e 11 deste mês, no Grande Hotel de Juazeiro, o seminário Conservação e Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. O evento é o primeiro de uma série a ser realizado em toda a região dentro do programa Rio São Francisco Vivo.
A abertura dos trabalhos será às 8h30, com a palestra do presidente do Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e secretário executivo do Instituto Manoel Novais, José Theodomiro de Araújo, sobre o tema Velho Chico - Rio da Integração Nacional. Em seguida, a diretora de Controle Ambiental no Estado da Bahia, Lúcia Cardoso, falará sobre a Política de meio ambiente no estado da Bahia. Às 11h30, Mário Sérgio, gerente regional do Banco do Nordeste, abordará o tema Agenda 21 - Pólo de Juazeiro.
Na parte da tarde, os trabalhos começam com a palestra do promotor público da comarca de Juazeiro, Sebastião Coelho, sobre o Ministério Público e a Bacia do Rio São Francisco. Em seguida, haverá uma mesa-redonda sobre Investimentos em projetos sustentáveis no semi-árido, tendo como mediador o assessor de Comunicação do Sebrae, Manoel Leão, e como debatedores Idervalter Alecrim Pereira, gerente administrativo do Banco do Brasil; Paulo de Tarso, gerente-geral do Banco do Nordeste; Regimário Araújo, gerente geral da Caixa Econômica Federal e Edson Américo Tanura, do Sebrae.
Encerrando as atividades deste dia, ocorrerá às 16h30, uma explanação sobre a expedição Américo Vespúcio, pelo geólogo Sérgio Moreno, que é também coordenador das Águas Federais da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Fonte: Correio da Bahia, 8 de julho de 2002.

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PROJETO DE CONSERVAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA
 DO RIO SÃO FRANCISCO

EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO

A Expedição Américo Vespúcio foi uma primeira ação, um mapeamento que foi utilizado na condução dos trabalhos a serem realizados pelo projeto de revitalização do vale do rio São Francisco “Velho Chico – 500 anos”.
A expedição contou com um barco no qual técnicos e cientistas fizeram medições e experiências, relatando o que precisa ser feito 127 para recuperar o assoreamento, sedimentação e desmatamento das margens. Como exemplo, a medição definitiva do São Francisco. Equipes de terra organizaram trabalhos de educação ambiental e audiências públicas onde foram discutidas ações integradas entre os governos federal, estadual e municipal, como parte do trabalho que será realizado durante todo o ano de 2002.
O projeto foi uma iniciativa da Companhia de Desenvolvimento do Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, Embrapa, Ibama, Sebrae, entre outros órgãos e empresas que também integram o projeto Velho Chico 500 anos. Inicialmente, a Codevasf planejava adotar as propostas da Carta de Iguatama - documento desenvolvido por autoridades e ambientalistas em Iguatama (MG), cidade próxima à nascente do rio, na Serra da Canastra. A carta previa a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) nos municípios que cercam a nascente do São Francisco e a construção de pólos de pesca e de cultivos de frutas. Porém a expedição foi mais além: durante os 30 dias de viagem, o passeio pelos municípios ribeirinhos foi acompanhado por audiências com os moradores, onde foram discutidos planos de trabalho que evitassem a degradação ambiental. No final, os próprios moradores deram sugestões de como melhorar a rede de saneamento básico, o turismo e o combate à pesca predatória. Fonte: Fundação Movimento OndAzul. Projeto de Conservação e Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco [126]. 282 p. MMA. 2003. Acesso em 18/03/2010.

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PROPOSTA PARA A REVITALIZAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO DA EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO

Por linhas de ação 
1 – Qualidade Ambiental 
Cumprimento da Lei 9.433/97, da Política Nacional de Recursos Hídricos, dando prioridade ao abastecimento humano e dessedentação de animais, fato que não foi observado, pois às águas do rio São Francisco atualmente estão disponíveis principalmente para a geração de energia e irrigação;
direcionar mais investimentos em poços tabulares;
construir redes de esgotos e estações de tratamento nos municípios da bacia do rio São Francisco tendo em vista que foi comprovado que todas as cidades lançam seus esgotos “in natura” nos mananciais;
fiscalizar e exigir das indústrias, dos projetos de irrigação (oficiais e privados) e de aglomerados urbanos (cidades, povoados, vilas, etc) que captam água do rio São Francisco e de seus afluentes, a autorização de outorga d’água.
2 – Manejo de Recursos Naturais 
Reflorestar com espécies nativas as matas ciliares do rio São Francisco e de seus afluentes;
realizar ações emergenciais do governo e da iniciativa privada no tocante a conservação e recuperação de solos tendo em vista que os cerrados têm sido o suporte para novas fronteiras agrícolas com potencial para expandir, mesmo por que seu solo extremamente frágil merece toda atenção;
incentivar o plantio e a criação de viveiros de espécies nativas nos municípios da bacia do São Francisco com objetivo de distribuir mudas com a comunidade, incorporando a prática da preservação ambiental na população ribeirinha;
criação de novos Parques Estaduais e Federais na bacia do Rio São Francisco, no intuito de preservar remanescentes de vegetação de mata atlântica, cerrado e caatinga;
criar maior número de Áreas de Preservação Ambiental (APA’s), visando preservar as lagoas marginais (berçários de peixes), principalmente no Médio São Francisco onde elas são maioria.
3 – Agenda Sócio-Ambiental 
Garantir o desenvolvimento sustentável na bacia do São Francisco, principalmente na área de cerrado, bioma responsável pela perenidade dos afluentes do rio São Francisco;
cumprimento da Lei 9.433/97;
realizar entendimentos com órgãos federais Codevasf, Incra, Secretaria Nacional de Recursos Hídricos, Ministério da Integração Regional, Dnocs, Chesf, etc.), estaduais (Emater e outras) e municipais;
fazer campanhas sistemáticas sobre a Preservação Ambiental, “igual se faz com a vacinação”, como a integração de todos os órgãos governamentais e não governamentais;
incentivar a criação de Conselhos Municipais de Meio Ambiente (COMDEMAS) e Secretarias de Meio Ambiente nos municípios da bacia do rio São Francisco;
agilizar a implantação dos comitês de bacias e sub-bacias na região para que se estabeleça a negociação em torno das múltiplas demandas por recursos hídricos;
incentivar a implementação da Agenda 21 local, nos municípios da bacia do São Francisco;
considerar as propostas e sugestões apresentadas nas cartas de Iguatama e Januária em MG.
4 – Proteção Ambiental 
Aproveitar racionalmente as corredeiras dos afluentes do alto e médio São Francisco para implantação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), tecnicamente viáveis econômicas e ambientalmente, abolindo de vez a idéia de novas construções de grandes barragens comprovadamente impactantes;
investir em projetos de energia alternativa, como solar e a eólica;
recuperar a navegação no rio São Francisco e de seus afluentes (sistema de transporte modal que ligaria Juazeiro/BA aos municípios produtores de grãos do oeste baiano);
implantar a hidrovia do São Francisco, pois é um anseio de todo povo são franciscano e este tipo de transporte seria carro chefe do chamado sistema modal, onde empresários e usuários das águas e terras do São Francisco apostam nesta radical mudança de barateamento do custo Brasil do frete - Projeto Conhecer Para Preservar (Proposta Secex/MMA). I Seminário de Integração MMA/Ibama/ANA. Ministério do Meio Ambiente. 2003. Acesso em 18/03/2010.

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EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO

Realizada pela Codevasf, a Expedição Américo Vespúcio teve como objetivo conscientizar a população ribeirinha e a opinião pública brasileira sobre os problemas que afetam o São Francisco no aniversário de 500 anos desde seu descobrimento pelos portugueses. Partindo de Brasília no dia 10 de novembro de 2001, por 35 dias um grupo de pesquisadores levantou dados econômicos, culturais, políticos, sociais e de meio-ambiente ao longo de todos os 3 mil quilômetros de rio, desde sua nascente em Minas Gerais até a foz no litoral de Alagoas.
O trabalho também serviu para gerar relatórios e embasar decisões de políticas públicas além de gerar uma interação entre a comunidade e o Governo Federal por meio de seminários, palestras e audiências públicas que foram realizadas em todo o percurso. A idéia foi de envolver a sociedade nos debates, na elaboração e gestão de políticas públicas e nas decisões que tratam sobre a revitalização da bacia do São Francisco e desenvolvimento sustentável local.



O barco Pipes foi preparado especialmente para a Expedição Américo Vespúcio. Com um fundo raso, permitiu que a viagem começasse em Iguatama-MG, onde o rio não passa de alguns metros de um lado ao outro. Foto: Fernando Zarur

A equipe do Rota Brasil Oeste foi responsável pela cobertura jornalística da viagem produzindo reportagens, entrevistas, diários de bordo e um acervo com cerca de 3000 fotos em película e centenas em formato digital. Numa iniciativa inédita na região, todo o conteúdo foi transmitido ao longo do caminho, direto do barco, por uma conexão via satélite provida pela Globalstar.
A viagem registrou não apenas vários problemas sofridos pelo rio, mas também suas belezas e a riqueza cultural às suas margens. Com quase 30 cidades visitadas, a expedição seguiu umas das mais importantes vias de integração nacional da história, e retratou personagens, artesanato, arquitetura e manifestações culturais desde as serras mineiras, atravessando o semi-árido nordestino, até as belas praias alagoanas. Fonte: Rota Brasil Oeste, 25/10/2004; acesso em 20/11/2008.

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DO ESTADO DE MINAS: PRESERVAÇÃO EM DEBATE

Professores e alunos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) discutem hoje a situação do rio São Francisco com dois especialistas que conhecem a fundo as condições da bacia: os ambientalistas Adriano Martins e Geraldo Gentil Vieira. Os dois já percorreram o Velho Chico, verificando de perto todos os seus problemas.
Outro participante é Luiz Lobo, representante da Agência Nacional de Águas (ANA). Na última segunda-feira, foram comemorados 503 anos de descoberta do São Francisco. O debate faz parte da programação do V Encontro Regional de Geografia, aberto anteontem à noite, na sede da Universidade. Adriano Martins é coordenador da Organização Não-Governamental (ONG) Centro de Assessoria do Assuruá, do município de Gentil do Ouro, situado às margens do rio São Francisco, na Bahia.
Ele fez uma peregrinação da nascente à foz do Velho Chico, durante as comemorações de 490 anos de descobrimento do rio, em 1994, juntamente com o frei Luiz Flávio Cappio, que escreveu um livro sobre a viagem. Geraldo Gentil Vieira, que é assessor técnico da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), percorreu os 2,7 mil quilômetros de extensão do rio em 2001.
Ele organizou a Expedição Américo Vespúcio, documentando todas as formas de degradação da bacia, além da sua riqueza cultural. No debate na Unimontes, que terá como tema “Rio São Francisco, o vale, a vida e as perspectivas”, Geraldo Gentil vai enfocar o que viu durante a Expedição Américo Vespúcio. Ele adianta que abordar também a necessidade recuperação da bacia. “A revitalização precisa ser feita em caráter urgente. Aliás, ela deveria ter começado ontem”, opina o ambientalista, lembrando que se trata de um processo contínuo, que as intervenções em prol da melhoria das condições da bacia deverão ser feitas durante vários anos. O replantio de matas ciliares, tratamento de esgotos e destinação correta do lixo das comunidades ribeirinhas são as ações mais urgentes para a recuperação da bacia, na opinião de Geraldo Gentil Vieira.
Por outro lado, ele destaca que também se faz necessário o combate à erosão, que vem contribuindo para o assoreamento, uma das principais ameaças à vida no Rio da Unidade Nacional. Segundo o ambientalista, o processo erosivo afeta, inclusive, as áreas da nascente do rio São Francisco, no município de São Roque de Minas, na região Oeste do Estado. Estado de Minas, 07/10/2004.

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"O VELHO CHICO NÃO ESTÁ MORTO, MAS QUEREM MATÁ-LO"

"O rio São Francisco não está morto. Há um esforço para matá-lo com todo tipo de poluição. Nós temos que lutar para que isso não aconteça". O depoimento foi feito pelo professor Ivo das Chagas, quinta-feira à noite, ao participar de debate no V Encontro Regional de Geografia, na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O encontro, aberto terça-feira, foi encerrado nesta sexta-feira.
O debate sobre "Rio São Francisco, o vale, a vida e as perspectivas" contou, também, com a participação do ambientalista Geraldo Gentil Vieira, técnico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). O mediador foi o professor Expedito José Ferreira, do Departamento de Geo-Ciências da Unimontes, que organizou o encontro, com o apoio da reitoria da Universidade.
De acordo com Ivo das Chagas, que é professor no curso de Geografia da Unimontes em Pirapora, se faz urgente a necessidade de medidas para preservar o Velho Chico. "Mas, não se pode falar em conservação do rio São Francisco sem antes investir na preservação do cerrado, que é o "pai" de todas as águas", destacou o especialista. Ele lembrou que a ocupação do interior do Brasil aconteceu por intermédio do Rio da Unidade Nacional. Com isso, ocorreu também um processo histórico de degradação da bacia.
Ivo das Chagas ressaltou sobre outra ameaça ao Vale do São Francisco: o lançamento de agrotóxicos, usados em lavouras irrigadas às margens do rio. Segundo ele, se não for interrompida a poluição por inseticidas, daqui a algum tempo as populações ribeirinhas não poderão consumir água da bacia.
O ambientalista Geraldo Gentil Vieira fez uma apresentação de material fotográfico e informações recolhidas durante a Expedição Américo Vespúcio, organizada por ele, que percorreu toda a extensão do São Francisco, da nascente à foz, em novembro de 2002. Ele mostrou as diversas formas de agressão que o rio vem sofrendo, assinalando medidas que devem ser tomadas para a revitalização. Estado de Minas, 11/10/2004. Fonte: Unimontes


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EMBRAPA DISCUTE EM PETROLINA, A BACIA DO SÃO FRANCISCO (25/11/2004)

AÇÕES DO DOCUMENTO

Representantes de unidades da Embrapa estarão em Petrolina-PE, no período de 3 a 5 de agosto, para participar da II Reunião do Comitê Gestor da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a Bacia de Referência do Rio São Francisco.
O objetivo do encontro é definir temas prioritários a serem incluídos na agenda da Embrapa, de acordo com as linhas temáticas apresentadas no Challange Program Wanter and Food, no Programa de Revitalização da Bacia Hidrogáfica do Rio São Francisco, e em vários outros documentos de referência.
A programação terá início às 8 horas do dia 3 com apresentações dos trabalhos de análise do documento de referência elaborado pela Codevasf, pela Expedição Américo Vespúcio e Fórum Interinstitucional de Defesa do Rio São Francisco, pelo Comitê da Bacia do Rio São Francisco, pelo Ecoágua (GEF) e, ainda na manhã, do trabalho de análise dos documentos de referência sobre Aqüicultura e do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
O evento continua no período da tarde, compatibilizando as demandas levantadas nos documentos de referência e elaborando o documento sobre as prioridades de pesquisas conforme o padrão do Challange Program Water and Food. Já no dia 4, após a apresentação do Comitê Gestor da Embrapa e da Matriz de Demandas para a Bacia de Referência do Rio São Francisco, serão apresentados os temas em rede e estratégias para parcerias e, à tarde, será ministrada uma palestra sobre "Matriz de Demandas", elaborada pelo Comitê Gestor da Embrapa. Às 15 horas, os acontecerá uma discussão entre os representantes da Codevasf, ANA, Comitê Gestor da Bacia, Ibama, ASA, Chesf, ABMAC. No último dia (05/08), técnicos irão visitar o Distrito de Irrigação Nilo Coelho e a Represa de Sobradinho - Chesf.
Segundo o chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Edson Bolfe, o Comitê Gestor terá ações relevantes, onde serão discutidos e definidos os temas prioritários a serem incluídos na agenda de P&D da Embrapa, de acordo com as linhas temáticas apresentadas no Programa de Revitalização do Rio SF, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente, além dos programas internacionais de financiamentos de projetos.
O Comitê, que obedeceu ao critério de representatividade das unidades com atuação nos diversos segmentos da Bacia do São Francisco, é composto pela Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Cerrados, Embrapa Semi-Árido, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Solos. Sayonara Marinho - MTb 895/SE. Embrapa Tabuleiros CosteirosContatos.  Tema: Embrapa\Gestão. 

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PLANO PILOTO DE REVITALIZAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
Governo da Bahia, Fundespa, ANA, MMA.

História, realidade, frases.
As frases que compõem este capítulo do Plano Piloto de Revitalização do Rio São Francisco evidenciam a preocupação, mais que secular, com a integridade física e ambiental do rio São Francisco e com o sertanejo que habita as suas margens.
Ao pesquisá-las e compilá-las, chegamos à conclusão de que, por si só, correspondem à conclusão do Plano Piloto.
"É impressionante como todos acham bonito pregar a defesa do meio ambiente, mas não têm a mesma convicção na hora das ações. É chegada a hora de cuidar do Velho Chico para que ele não nos falte. A recuperação e a preservação ambiental do São Francisco é um atarefa inadiável. Não bastam palavras, é indispensável a ação. Salvem o São Francisco!" Waldeck OrnélasSenador da RepúblicaPresidente da SOS Velho Chico.


"Abrindo aos exploradores duas entradas únicas, à nascente e à foz, levando os homens do Sul ao encontro dos homens do Norte, o grande rio erigia-se desde o princípio com a feição de um unificador étnico, longo traço-de-união entre as duas sociedades que não se conheciam." Euclides da Cunha.
"Indomável e rude, vive em perpétua luta com o homem. Na estiagem, vinga-se pela seca. Nas águas, destrói pelas enchentes. Escochoa nas barrancas. Carrega nas águas vermelhas o trabalho penoso do homem. Bárbaro, destroça, furioso, a casa e a malhada, o terreiro e a roça. E quando parece tranqüilo, conspira contra o homem na instabilidade dos canais e nas coroas movediças do leito. É, na realidade, um poema de beleza. É a natureza do Brasil no permanente e selvagem anseio de liberdade. O homem do São Francisco é um caldeado pelo sofrimento. Ama o seu rio, apesar de tudo. Ali nasceu, ali há de morrer. Envolve-lhe a existência de uma fatalidade lírica. A sua vida é uma ternura resignada. Ama as águas, a lua, a canção e a dor." Alberto Deodato.
"O Sertão é do tamanho do mundo. Agora, por aqui, o senhor já viu: rio é só o São Francisco, o rio do Chico. O resto, pequeno, é vereda. É algum ribeirão."
"Me deu saudade de algum buritizal, na ida duma vereda em capim tem-te quero verde, termo da chapada. Saudades, dessas que respondem ao vento; saudades dos Gerais. O senhor vê: o remôo do vento nas palmas dos buritis todos, quando é ameaço de tempestade. Alguém esquece isso? O vento é verde. Aí, no intervalo, o senhor pega o silêncio e põe no colo. Eu sou donde nasci. Sou de outros lugares." Personagem em "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa.
"Um dia o Sertão vai virar mar, e até as igrejas serão inundadas pelas águas do rio São Francisco". Canção de Sá e Guarabira, baseada em profecia de Antônio Conselheiro, herói de Canudos. "O rio São Francisco não está morrendo. Está nascendo. O Projeto de Revitalização e a iniciativa de considerá-lo Paisagem Cultural da Humanidade representam a redescoberta do rio São Francisco, 500 anos após o seu descobrimento em 1501”. Senador Francelino Pereira  
"A cachoeira! Paulo Afonso! O abismo! A briga colossal dos elementos! As garras do Centauro em paroxismo raspando os flancos dos parcéis sangrentos Relutantes na dor do cataclismo Os braços do gigante suarentos Aguentando a ranger (espanto! assombro!) O rio inteiro que lhe cai do ombro". Castro Alves.
"Se eu fô esperá o pexe crecê prá pescá, nóis vai morrê de fome."Resposta de pescador ribeirinho a pesquisador do Plano Piloto. Junho 2002
"O sertanejo é, antes de tudo, um forte".Euclides da Cunha, Os Sertões.

AS FRASES E COMENTÁRIOS QUE SEGUEM FORAM COMPILADOS
DOS RELATÓRIOS DA EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO:

Embrapa - Solos: eng. agr. MSc José Carlos Pereira dos Santos e eng. agr. DSc Ênio Fraga da Silva; Codevasf: Dr. Sérgio Antônio Coelho - Superintendente Regional; Expedição Américo Vespúcio 2001, "Como Vi o Rio São Francisco 500 anos após Américo Vespúcio" - Geraldo Gentil Vieira CODEVASF

"Meio ambiente aqui tem o significado de interação entre os seres vivos e o seu meio, isto é, o lugar onde vivem, nele incluídos os seres humanos que, para o bem ou para o mal, destacaram-se sobre todos os demais. Ademais, dentro desse contexto, o homem ribeirinho detém as prioridades, sem no entanto relegar ao segundo plano a questão ambiental, fundamental à sobrevivência de todos nós. Face ao adiantado estágio de degradação da bacia, meus relatos seguem a escola ambientalista, a do desenvolvimento sustentado, com plena participação das comunidades, pari-passu com os governos municipal, estadual e federal, defendendo ainda o preservacionismo das unidades de conservação, tão escassas em todo o vale. Assim, toda a beleza e toda a feiúra observadas vêm retratadas nos textos que se alongaram como o rio vem se alargando pela queda dos barrancos. Vou navegando pelo viés holístico, não pelo cartesiano, pelo tecnicismo abarrotado que só consegue ver o rio e seus males dentro da calha principal, que nada mais é que a somatória de todas as outras que para aí convergem.". Geraldo Gentil Vieira, in: Como vi o rio São Francisco 500 anos após Américo Vespúcio - 530p, Codevasf. Brasília, 2001.
"Não adianta ter legislação, se não houver consciência da sociedade".  Dr. Paulo César, juiz de direito da cidade de Iguatama/MG, falando sobre preservação ambiental, por ocasião da audiência pública ocorrida na cidade.

"É fundamental que cada fazendeiro desperte para a conservação de cada córrego, ainda que pequeno, que contribui para o Rio São Francisco. Sem esta contribuição individual não é possível a recuperação" (prefeito Zezinho, por ocasião da audiência pública na cidade de Lagoa da Prata/MG)

"Meio ambiente no Brasil é só no papel". Palavras de um cidadão de Pompéu, durante a audiência pública ocorrida na cidade.
"As pessoas vêm como turistas e saem como predadoras". Sr. Gilson, cidadão de Pompéu, sobre a pesca predatória em finais de semana e feriados.
"O cerrado é a mãe das águas. Possui a maior diversidade vegetal dos ecossistemas brasileiros". Vicente Resende, engenheiro de minas e ambientalista, durante conversa informal em Três Marias/MG.
"Rio vivo, povo vivo". Vice-prefeito de Três Marias-MG, José Antônio V. Souza, durante a audiência pública nesta cidade.
"As barragens são o pior problema para os peixes no Rio São Francisco". Sr. Norberto, presidente da Associação dos Pescadores de Três Marias/MG, durante conversa informal no hotel.
"O ambiente é uma coisa só. Estamos discutindo peixe, mas a questão é mais ampla. Em um sistema, até os pequenos peixes têm importância na cadeia". Dr. Sato, pesquisador da Estação de Hidrobiologia e Piscicultura da Codevasf, em Três Marias-MG.
"O desmatamento do cerrado, para fins de produção de carvão, causa grandes impactos na região e vem contribuindo para a redução da área florestal nos estados de Minas Gerais e Bahia". Sr. Ruy Jarin, fiscal do IBAMA -Três Marias-MG.
"A presença de siderúrgicas na região promoveu o desmatamento do cerrado para a produção de carvão. Depois surgiram os reflorestamentos com eucalipto, uma das piores alternativas para o uso do solo na região". Membro da comunidade, durante a audiência pública de Pirapora-MG.

OBSERVAÇÕES PESSOAIS DOS EXPEDICIONÁRIOS:
 Observando-se o mapa de solos da região, verifica-se que a área com alto risco de erosão, discutida em Pirapora e Buritizeiro, corresponde aos ambientes onde ocorrem associados os Latossolos com textura média e as Areias Quartzosas.
 É interessante notar a coincidência de opiniões entre os líderes das regiões, tanto de Três Marias como de Pirapora, sobre a importância da preservação dos ambientes de cerrado e veredas para a conservação dos recursos hídricos.
 O lixo das cidades é um problema sério para a qualidade de água do Rio São Francisco e afluentes. Nenhuma cidade ribeirinha possui estação de tratamento de esgoto, que, quando coletado, o que nem sempre ocorre, é despejado diretamente nos rios.
"Bolsa Mata". Sugestão do expedicionário Enio Fraga da Silva como forma do agricultor preservar e recuperar a mata ciliar".
Somente Deus para resolver os problemas do rio São Francisco". Sr. Orozimbo, vice-prefeito de Carinhanha-MG, durante audiência pública".
Se o rio morre, todos nós morremos. O sangue que corre no corpo daqueles que moram na beira do rio é a própria água do rio". Sr. Rogério, membro da comunidade de Xique-Xique-BA.
"O ribeirinho, por falta de consciência, é o maior destruidor do rio" . Sgt. Reis, Capitania dos Portos da Marinha, durante audiência pública em Bom Jesus da Lapa-BA".

Você não pode retirar sangue de uma pessoa anêmica". Vereador Herberto Machado Passos, referindo-se à transposição do Rio São Francisco, durante audiência pública em Barra-BA.

"O rio São Francisco, infelizmente, é a lixeira da cidade". Sra. Hilda, voluntária em trabalhos de educação ambiental em Barra-BA, durante audiência pública ocorrida na cidade.

"Se o rio morre, todos nós morremos. O sangue que corre no corpo daqueles que moram na beira do rio é a própria água do rio". Sr. Rogério, membro da comunidade de Xique-Xique-BA.

"Saber não é ter consciência... Falta amor e ação, mas sobra demagogia... A beira do rio continua suja e os esgotos sendo jogados na lagoa de Ipueira... Acontecem muitas reuniões, mas faltam atitudes concretas". Sr. Edgar Pessoa, comerciante e diretor do jornal "A Voz" em Xique-Xique-BA, durante audiência pública na cidade, ao comentar a falta de consciência do poder público e dos meios de comunicação da região em relação à problemática ambiental".

Nenhum relacionamento é duradouro quando somente um lado doa! É o momento de fazermos alguma coisa pelo rio". Dr. John Khoury, Superintendente da Codevasf/Juazeiro, durante a audiência pública em Juazeiro-BA.

"Ficamos no acho". Dr. Odilon, pesquisador em piscicultura da Codevasf no projeto Bebedouro, município de Petrolina, ao falar durante audiência pública, referindo-se aos poucos conhecimentos científicos relacionados com a questão ambiental no Vale do São Francisco.

"O estado atual das condições morfológicas do leito principal do rio e de seus principais tributários representa um dos principais indicadores de degradação ambiental na bacia. A fácil constatação destes problemas e a grande visibilidade que estes fenômenos adquirem, perante a população local, fazem com que se transformem em símbolo do estado hidro-ambiental da bacia. Queda de barrancos, formação de bancos de areia e novas ilhas, incremento da vazão de sólidos em suspensão e arrasto, dessecação de lagoas marginais, diminuição generalizada da profundidade média do rio e erosão acelerada de margens são os principais problemas geomorfológicos identificados nos leitos da bacia. Estes problemas obedecem a diversas causas e adquirem importância diferenciada, segundo o trecho de rio que se estude". Inpe-Funcate, 2000.

"Pela melhoria gradual das condições da calha por meio do conhecido processo de estreitar o curso ao longo dos canais rasos, seja com estacadas, caixões submersos e dragagens localizadas. O engenheiro La Martiniére, em 1855, propôs ao governo da província tal processo para o rio das Velhas; é de execução fácil e de baixo custo". W. Euler, 1937.

"O Brasil parece não ter percebido ainda que, nos países mais avançados do mundo, toda vez que se cria uma via navegável (infraestruturas), surge uma grande tendência para o crescimento industrial e agrícola nas áreas de influência da hidrovia. Bons exemplos disso aconteceram no rio Tennesse, nos Estados Unidos, no Ródano, França e no Reno, na Alemanha. Na Europa, com mais de 26 mil quilômetros de hidrovias, 40% delas constituídas por canais, se escoa por ano mais de 700 milhões de toneladas de cargas diversas. Já nos USA, onde as hidrovias somam mais de 20 mil quilômetros, são transportados cerca de 500 milhões de toneladas anualmente. Enquanto os grãos aqui no Brasil alcançam fretes que ultrapassam a casa dos 40 dólares por tonelada, naquele país os fretes médios giram em torno de 10 dólares". São Francisco Patrimônio Mundial - Jornal Hoje em Dia, junho/2001.

"O potencial turístico é favorecido pela navegação fluvial, que hoje se acha em desuso devido ao assoreamento dos principais cursos de água. O trecho navegável do rio São Francisco situado entre Pirapora e Juazeiro se interrompe, hoje, a partir do mês de julho, prolongando-se aproximadamente até novembro. A Cia de Navegação do São Francisco - Franave, empresa controlada pelo governo federal, hoje em processo de privatização, encontra-se desaparelhada e funcionando de forma precária, agravando a situação do turismo na área. Faz-se necessário reativar a navegação, incentivando sua exploração por diversas companhias visando atender de modo mais rápido e a baixos custos os interessados no turismo". Nou & Costa, 1994).

"Conta uma lenda que, em noites de lua cheia, São Francisco desce em carne e osso, da estátua que lhe fizeram na entrada do Parque Nacional da Serra da Canastra, e passeia pela imensidão da paisagem. Pelo caminho, ele vai recontando os animais, como o lobo-guará e tamanduás-bandeira (protegidos ali da extinção). Ajunta os que se perderam. Cura os que estão feridos. E colhe ramos de arnica e carqueja, que são remédios para todos os males.
Quando a madrugada é alta e a manhã não tarda, o Santo, já cansado, bebe a água da nascente e lava ali o seu rosto. É quando ele, que se faz peregrino para além da área protegida do parque, levanta o seu olhar compadecido para o curso do rio e seu povo. Um olhar que parece dizer: '"Não adianta proteger o veio que nasce, e matar o corpo que anda...". Ronan de Freitas Pereira, presidente da Vallé, do grupo Carfepe, empresa de biotecnologia em Montes Claros-MG, in: revista "JB Ecológico", Rio de Janeiro, 31/03/2002.

"O rio São Francisco não é apenas o Rio da Unidade Nacional, é a própria história do Sertão brasileiro. Ao defender o rio São Francisco não estaremos defendendo um rio, mas a vida de um povo. O rio São Francisco é um plantador de civilizações, a morte do São Francisco é a falência de um povo. Governar hoje é preservar a água". Professor Ivo das Chagas

Ênio Fraga no seu diário de bordo: "... Barrancos nus na pequena povoação, com tendência futura a desbarrancamento da cidadezinha". A respeito deste fenômeno geomorfológico na calha, continuo na mesma fonte:

"Outro processo, um tanto diferenciado do anterior (da formação dos ecótonos)" ocorre com a ocupação de áreas nas quais o rio, naturalmente, apresenta mudanças graduais e freqüentes de leito. Todo leito de rio aluvial apresenta tendências à meandrização, isto é, a mudar de curso na planície aluvial pelo caminho de menor perda de energia. Isto tem por conseqüência a formação de um leito com desenvolvimento de sucessivas curvas "senoidais", que evoluem de forma que podemos chamar de "juvenis" ou menos sinuosas a
formas "senis", com elevada sinuosidade



Cheias extraordinárias, que apresentam maior capacidade de transporte, "cortam" os meandros "senis", encurtando o comprimento de leito do rio e abandonando extensos trechos de leito que possam a formar parte do ecótono fluvial. Numa primeira etapa são formadas lagoas marginais e, numa etapa posterior, as lagoas são preenchidas por sedimentos, transformando-se novamente, em planícies aluviais ocupadas pelo rio só nas cheias excepcionais.
Este fenômeno não ocorre ao longo de todo o rio, sendo comum encontrar locais denominados "pontos de controle", onde o leito do rio permanece estável durante longos períodos e onde os meandros não evoluem ou não existem. Numa bacia pouco ocupada, é relativamente simples identificar estes locais, pois a área ocupada pelo ecótono é mínima ou não existe. Os núcleos urbanos instalados inicialmente na bacia se localizam sempre nestes locais.
Ocupações recentes têm a tendência de ocupar locais menos favoráveis, invadindo os ecótonos e se submetendo aos problemas decorrentes das mudanças de leito que ocorrem naturalmente. No trecho Médio do rio São Francisco este fenômeno é particularmente fácil de apreciar; cidades de instalação antiga como São Francisco, Malhada, Bom Jesus da Lapa e Ibotirama apresentam portos fluviais relativamente pouco protegidos e com intenso uso. Nestes locais, não são visíveis ou, pelo menos, não adquirem importância os processos erosivos de margens.
Por outro lado, localidades de implantação mais recente como Sítio do Mato, Gameleira da Lapa e Ponto Chique, em Minas Gerais, apontam fortes processos erosivos de margens. Outro exemplo de ocupação recente de áreas de deriva natural de leito de rio é a construção da estação de captação do perímetro de irrigação do Jaíba, localizada numa área com clara tendência de mobilidade do leito do rio que, atualmente, está se deslocando no sentido Leste-Oeste, assoreando a área de captação e erodindo a margem oposta. Uma simples análise de imagens de satélite da área evidencia sucessivos paleoleitos em ambas as margens, inequívocas de instabilidade e mudanças freqüentes de leito. Mesmo com todos os problemas apontados acima, os trechos superior e médio do rio São Francisco ainda apresentam ecótonos ativos em bom estado de preservação ambiental. O trecho compreendido entre as cidades de Ibotirama e Barra dispõe de grande número de lagoas marginais em bom estado de preservação e os rios Corrente e Grande, ambos ainda não regulados (barrados), proporcionando cheias anuais que mantêm as condições materiais dos ecótonos fluviais na região. Os trechos inferiores dos rios Paracatu e Urucuia podem ser considerados também detentores de ecótonos fluviais preservados". Inpe-Funcate, 2000.
"A lenha e o carvão vegetal ainda são as fontes de energia mais importantes para as famílias nordestinas. A energia da biomassa florestal representa a segunda fonte de energia do Nordeste. Isto mostra a dependência da economia local e o conflito social que pode decorrer de uma escassez desta fonte, que desempenha um papel fundamental no contexto da economia informal e na formação da renda das famílias." Braid (1996).



"O fato de a região ser semi-árida não significa que a mesma deva ser pobre, pois a seca existe há três mil anos, de acordo com estudos arqueológicos. As estruturas institucionais não podem estar voltadas para o combate à seca como forma de querer mudar o clima e o meio ambiente. O enfoque crítico busca um modelo que está baseado na racionalidade dos recursos existentes, procurando atuar de forma sistêmica e holística, que prevê alternativasde convivência com a seca.". Aguiar, 1996.


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RIO SÃO FRANCISCO: EXPEDIÇÃO DA CODEVASF TEM GRANDE REPERCUSSÃO

 Tem tido muita repercussão o resultado da Expedição Américo Vespúcio, idealizada e coordenada pelo engenheiro agrônomo Geraldo Gentil Vieira, filiado da Codevasf Sede. O que a mídia, especialmente a imprensa especializada em meio ambiente, tem noticiado com ênfase é a verdadeira nascente do rio São Francisco, que fica no Planalto do Araxá, no município de Medeiros (MG), e não na Serra da Canastra, como se afirmou até recentemente. Fonte: www.sinpaf.org.br , junho de 2004.


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DO ESTADO DE MINAS: PRESERVAÇÃO EM DEBATE
Professores e alunos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) discutem hoje a situação do rio São Francisco com dois especialistas que conhecem a fundo as condições da bacia: os ambientalistas Adriano Martins e Geraldo Gentil Vieira. Os dois já percorreram o Velho Chico, verificando de perto todos os seus problemas.
Outro participante é Luiz Lobo, representante da Agência Nacional de Águas (ANA). Na última segunda-feira, foram comemorados 503 anos de descoberta do São Francisco. O debate faz parte da programação do V Encontro Regional de Geografia, aberto anteontem à noite, na sede da Universidade. Adriano Martins é coordenador da Organização Não-Governamental (ONG) Centro de Assessoria do Assuruá, do município de Gentil do Ouro, situado às margens do rio São Francisco, na Bahia.
Ele fez uma peregrinação da nascente à foz do Velho Chico, durante as comemorações de 490 anos de descobrimento do rio, em 1994, juntamente com o frei Luiz Flávio Cappio, que escreveu um livro sobre a viagem. Geraldo Gentil Vieira, que é assessor técnico da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF), percorreu os 2,7 mil quilômetros de extensão do rio em 2001.
Ele organizou a Expedição Américo Vespúcio, documentando todas formas de degradação da bacia, além da sua riqueza cultural. No debate na Unimontes, que terá como tema “Rio São Francisco, o vale, a vida e as perspectivas”, Geraldo Gentil vai enfocar o que viu durante a Expedição Américo Vespúcio. Ele adianta que abordará também a necessidade recuperação da bacia. “A revitalização precisa ser feita em caráter urgente. Aliás, ela deveria ter começado ontem”, opina o ambientalista, lembrando que se trata de um processo contínuo, que as intervenções em prol da melhoria das condições da bacia deverão ser feitas durante vários anos. O replantio de matas ciliares, tratamento de esgotos e destinação correta do lixo das comunidades ribeirinhas são as ações mais urgentes para a recuperação da bacia, na opinião de Geraldo Gentil Vieira.
Por outro lado, ele destaca que também se faz necessário o combate à erosão, que vem contribuindo para o assoreamento, uma das principais ameaças à vida no Rio da Unidade Nacional. Segundo o ambientalista, o processo erosivo afeta, inclusive, as áreas da nascente do rio São Francisco, no município de São Roque de Minas, na região Oeste do Estado.
  
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EXPEDIÇÃO AMÉRICO VESPÚCIO

Realizada pela Codevasf, a Expedição Américo Vespúcio teve como objetivo conscientizar a população ribeirinha e a opinião pública brasileira sobre os problemas que afetam o São Francisco no aniversário de 500 anos desde seu descobrimento pelos portugueses. Partindo de Brasília no dia 10 de novembro de 2001, por 35 dias um grupo de pesquisadores levantou dados econômicos, culturais, políticos, sociais e de meio-ambiente ao longo de todos os 3mil quilômetros de rio, desde sua nascente em Minas Gerais até a foz no litoral de Alagoas.
O trabalho também serviu para gerar relatórios e embasar decisões de políticas públicas além de gerar uma interação entre a comunidade e o Governo Federal por meio de seminários, palestras e audiências públicas que foram realizadas em todo o percurso. A idéia foi de envolver a sociedade nos debates, na elaboração e gestão de políticas públicas e nas decisões que tratam sobre a revitalização da bacia do São Francisco e desenvolvimento sustentável local.



O barco Pipes foi preparado especialmente para a Expedição Américo Vespúcio. Com um fundo raso, permitiu que a viagem começasse em Iguatama -MG, onde o rio não passa de alguns metros de um lado ao outro. Foto: Fernando Zarur
A equipe do Rota Brasil Oeste foi responsável pela cobertura jornalística da viagem produzindo reportagens, entrevistas, diários de bordo e um acervo com cerca de 3000 fotos em película e centenas em formato digital. Numa iniciativa inédita na região, todo o conteúdo foi transmitido ao longo do caminho, direto do barco, por uma conexão via satélite provida pela Globalstar.
A viagem registrou não apenas vários problemas sofridos pelo rio, mas também suas belezas e a riqueza cultural às suas margens. Com quase 30 cidades visitadas, a expedição seguiu umas das mais importantes vias de integração nacional da história, e retratou personagens, artesanato, arquitetura e manifestações culturais desde as serras mineiras, atravessando o semi-árido nordestino, até as belas praias alagoanas. Fonte: Rota Brasil Oeste. Brasília, 25/10/2004.


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NOTÍCIAS DO S. FRANCISCO - CASAL VIRA GUARDIÃO DE MATAS

A destruição das matas ciliares é um dos mais sérios danos sofridos pelo rio São Francisco. Contrariando a legislação ambiental, a maioria dos fazendeiros e sitiantes instalados no barranco do rio retirou a vegetação natural, que foi substituída por lavouras ou pastagens. O aposentado Heinz Van Byllardt, descendente de holandeses, conhecido como "seu" Bila, dá um exemplo de preservação: ele implantou uma floresta em quase toda a área do seu sítio, às margens do Velho Chico, no município de Pedras de Maria Maria da Cruz, de 8,9 mil habitantes, a 591 quilômetros de Belo Horizonte, no Norte de Minas.
A floresta começou a ser formada há 30 anos e ocupa uma área de quatro hectares. Ela se destaca na vista de Pedras de Maria da Cruz, localizada junto à ponte sobre o São Francisco, na BR-135 (Montes Claros/Januária). A área é toda cercada. Nela, são mantidas espécies nativas como aroeira, pau-preto, angico, juá e umbu.
O descendente de holandeses adquiriu o sítio em Pedras de Maria da Cruz em 1971, quando era gerente-geral da agencia Centro do Banco do Brasil em Belo Horizonte. A aquisição ocorreu por acaso.
"Seu" Bila relata que chegou a Pedras de Maria da Cruz com um grupo de amigos para uma pescaria e tentou comprar panelas. Como não encontrou os utensílios no pequeno comércio local, foi até a sede da propriedade na beira do rio para pedir panelas emprestadas. "Acabei comprando o sítio", conta.
O ex-bancário afirma que, quando fez a compra, quase toda a pequena propriedade era ocupada por pastagens. Ele optou por formar a floresta, deixando a vegetação nativa crescer. "Me entusiasmei com a mata e decidi preservá-la", diz. "Aqui é muito bom, porque respiramos ar puro. Contribuímos para proteger a natureza", comenta "seu" Bila, com a convicção de que se cada agricultor ou sitiante da região ribeirinha fizesse o mesmo, certamente o Velho Chico estaria em situaçao muito melhor.
Há 14 anos, o aposentado mudou-se em definitivo para Pedras de Maria da Cruz, em companhia da esposa, Mercedes Otoni Byllardt, de 78, com que está casado há 59 anos. Dona Mercedes também defende a manutenção das matas ciliares. "Mantendo a vegetação das margens, estamos garantindo a preservação do rio", observa. Um dos privilégios de que os dois dispõem é a vista do Velho Chico da varanda da casa onde moram.
Desmatamento é preocupação. A retirada da vegetação nativa junto ao barranco preocupa os ambientalistas e órgãos públicos que atuam na recuperação da bacia do São Francisco. "A situação é muito crítica. Somente alguns trechos ainda não estão degradados", avalia o técnico Geraldo Gentil Vieira, da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Em outubro e novembro de 2001, na Expedição Américo Vespúcio, ele percorreu toda a extensão do rio, da nascente, na Serra da Canastra, até a foz, no Atlântico, entre Alagoas e Sergipe.
Geraldo Gentil alerta que a destruição das matas ciliares causa danos irreversíveis ao curso d'água, acelerando o processo de assoreamento. Na opinião de Geraldo Gentil, se a atitude do aposentado de Pedras de Maria da Cruz fosse seguida por outros "barranqueiros", a situação do rio seria outra. "Se for preservada, a mata ciliar se recupera rápido, pelas próprias condições do terreno." Fonte: Estado de Minas, 11/03/2005


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MITOS E LENDAS
AS CARRANCAS: O QUE SÃO E QUAL O SEU SIGNIFICADO

No decorrer deste doze anos, descobrimos que muito pouca gente sabe o significado de uma Carranca e sua importância cultural para nosso país, principalmente nas cidades que margeiam o "Veho Chico". Muitos associam-na à "magia negra", alguns evangélicos, até, ao próprio demônio personificado. Cada qual à medida de sua crença ou medo - mais medos e aculturações, que crenças - atribuem-lhe características místicas.
Vejamos como o dicionário Luft as define: "Car.ran.ca  s.f. 1.cara feia, carregada  2.máscara  3. Figura de ornato em chafariz, proa de navio, etc. 4. Peça em forma de cara, para manter a veneziana aberta, ou Car.ran.ca  adj. 2g e s2g. Pessoa apegada ao passado."
Nenhuma dessa definições é capaz de dar-nos a real dimensão do que é uma Carranca, peça muito mais mítica que mística e que povoa os sonhos e pesadelos dos seres humanos, desde os primóridios da navegação pelos mesmos motivos: o medo dos "monstros" das águas...
- "Meu avô sempre ia pescar com meu tio-avô, nuns rios que tinham aí pra cima. Meu tio sempre falava pra tomar cuidado com o caboclo d´água, uma mistura de homem e macaco que vira a canoa para comer as pessoas. Meu avô num acreditava em nada disso. Mas um dia ele tava pescando, a canoa começou a bambear. Quando ele viu uma mão agarrada na borda, ele tirou o facão e cortou. Era a mão do caboclo d´água, ela era preta com umas coisas assim no dedo que nem pato. Ele guardou isso até as vésperas de sua morte. A carranca é pra isso, o caboclo d´água vê aquela cara mais feia que ele e vai embora". - conta Chico Chagas, um "carranqueiro" (entalhador de carrancas) à equipe da Expedição Américo Vespúcio (americovespucio.com.br).
 Além de exímio carpinteiro, fazendeiro, tocador de sanfona e ótimo contador de casos, seo Francisco Chagas é o primeiro artesão a fabricar carrancas já na nascente do rio São Francisco.



 Ligado ao rio até pelo nome, seo Chico Chagas, como é conhecido, mora num sítio no sopé da Serra da Canastra. Natural de São Roque de Minas, ele ficou conhecido nas redondezas quando começou a fazer carrancas, atividade que era apenas um passatempo quando esteve proibido de sair de casa depois uma operação de hérnia.
 Além dos causos, seo Chico também é conhecedor dos problemas que a região enfrenta atualmente. Reclama da degradação ambiental no Parque da Serra da Canastra, do rio São Francisco e de que as autoridades deviam pensar mais sério sobre o meio ambiente. Ele sugere, por exemplo, a construção de pequenas usinas para aproveitar a queda natural das dezenas de cachoeiras da região.
 Hoje, acima de qualquer crendice ou preconceito, as carrancas são reconhecidamente uma tradição do folclore e da cultura nacional, sem falar que é uma das mais puras expressão da arte popular do nosso país. Fonte: jornalcarranca.com.br, acesso em 20/11/2008.



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PROPOSIÇÃO: Nº 272/2007
PUBLICAÇÃO: DIÁRIO DO LEGISLATIVO EM 10/03/2007

PROJETO DE LEI Nº 272/2007
(EX-PROJETO DE LEI Nº 2.810/2005)
Cria a Área de Proteção Ambiental da Bacia do Samburá,situada nos Municípios de Medeiros, Bambuí e São Roque de Minas, e dá outras providências.
A Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais decreta:

Art.  1º - Fica criada a Área de Proteção Ambiental da  Bacia do  Samburá  - APA Bacia do Samburá -, como unidade de conservação de  uso  sustentável,  formada pela bacia hidrográfica  situada  a montante  da confluência com o Rio São Francisco, no Município  de São  Roque  de Minas, cujo território abrange parte dos Municípios de Medeiros, Bambuí e São Roque de Minas.
     Parágrafo  único - Os limites de área de que trata o  "caput" deste artigo são os definidos pelo perímetro da bacia hidrográfica do Rio Samburá, a montante da confluência com o Rio São Francisco.
     Art. 2º - A APA Bacia do Samburá destina-se à recuperação, à preservação e à conservação do Rio Samburá e de seus afluentes e:
     I - à proteção do ecossistema ribeirinho para a manutenção do regime hidrológico;
     II  -  à  preservação dos remanescentes florestais  da  bacia hidrográfica;
     III  -  à  recomposição florestal da vegetação ciliar  e  das demais áreas de preservação permanente previstas na Lei nº 10.561, de 27 de dezembro de 1991;
     IV - à melhoria das condições para a recuperação e a proteção da fauna e da flora  regionais,  em  especial  das  espécies ribeirinhas e da ictiofauna;
     V  -  a estimular a melhoria da qualidade ambiental das áreas circunvizinhas.
     Art.  3º  - Fica proibida, na área de proteção ambiental  das áreas circunvizinhas:
     I  - promover ações de desmatamento e degradação ambiental de drenagem, aterro, obstrução de canais e outras que descaracterizem os   ecossistemas   da  bacia,  sem  medidas   compensatórias   de recuperação  ambiental,  resguardando o  efeito  estabilizador  da cobertura  vegetal contra o aparecimento de pontos  suscetíveis  à erosão;
     II  -  realizar  obras  que  importem  ameaça  ao  equilíbrio ecológico  ou que atentem contra os objetivos referidos no  artigo anterior;
     III  -  realizar  terraplanagem, aterros e  demais  obras  de construção   civil  sem  as  devidas  medidas  de   proteção   aos ecossistemas, previamente aprovadas pelos órgãos ambientais ou  de gestão da APA;
     IV  -  usar  herbicidas  em  áreas  ribeirinhas  ou  produtos químicos  em  área  cuja  distância em  relação  às  margens  seja inferior a 150m (cento e cinqüenta metros) e lançar efluentes  sem o prévio tratamento;
     V  - pescar com utilização de redes, tarrafas, armadilhas  ou assemelhados.
     Art.  4º  -  A APA Bacia do Samburá será regulada pelo  Poder Executivo,  no  prazo  de  cento  e  oitenta  dias  a  contar   da promulgação desta lei, em decreto que disporá sobre:
     I  -  os  zoneamentos ecológico e econômico de toda  a  bacia hidrográfica constituinte da unidade, estabelecendo as  atividades a  serem encorajadas, limitadas, restringidas ou proibidas em cada zona, de acordo com a legislação aplicável;
     II  - a constituição e a competência do sistema de gestão  da unidade, com definição de prazo para sua instalação, observando-se que:
     a)  a  unidade  disporá  de um Comitê  presidido  pelo  órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos  órgãos  públicos,  de organizações da sociedade  civil  e  da população residente, observando-se, em sua composição, a  paridade
entre o poder público e a sociedade civil;
     b)  a  administração da unidade será exercida  pela  Fundação Estadual  de  Meio  Ambiente, que, em conjunto  com  o  Comitê  ou mediante convênio com outras entidades estaduais, a fiscalizará  e supervisionará.
     Art.   5º   -   As  instituições  estaduais  de   crédito   e financiamento darão prioridade aos pedidos encaminhados com  apoio da  Secretaria  de  Estado  de  Meio  Ambiente  e  Desenvolvimento Sustentável  e  destinados à racionalização do  uso  do  solo  nas
propriedades situadas na APA Bacia do Samburá.
     Art.  6º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no  prazo de noventa dias.
     Art. 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
     Sala das Reuniões,  8 de março de 2007.
     João Leite
 
   Justificação: A repercussão na imprensa da descoberta de  uma nova  nascente  do  Rio  São  Francisco  tem  sido  muito  grande, envolvendo  uma  polêmica  histórica.  O  coordenador  técnico  da Expedição  Américo  Vespúcio,  engenheiro  da  Codevasf,   Geraldo Gentil Vieira,   em  reportagem  concedida  ao  jornal  “Folha  do   Meio Ambiente”,  alegou  que “essa é uma notícia que  tem  conseqüência histórica, geográfica, política, ambiental e cultural”.
     Segundo o pesquisador, “a bacia hidrográfica é hoje a base do planejamento   dos   recursos  hídricos  para  o   desenvolvimento sustentado de uma região, chamando a atenção para a grave situação das cabeceiras a montante de Três Marias e das sub-bacias que para lá  convergem,  como  as  dos Rios Pará,  Paraopeba,  das  Velhas, Marmelada,   Indaiá,   além  das  ‘historicamente   desconhecidas’ cabeceiras e seus primeiros formadores”.
     Há  que  considerar todo rio como um ser vivo, ou seja,  tudo que  se  faz  na  cabeça do rio repercute nos pés e vice-versa.  É necessária uma atuação também a montante da  barragem  de  Três Marias,  coordenando esforços e recursos para a  revitalização  do Rio  São  Francisco.  Cada nascente de um minúsculo tributário repercute positiva ou negativamente nos rios, sendo fundamental o cuidado de forma integrada, evitando-se atividades  desordenadas que provoquem focos de pré-desertificação e vossorocas.
     A bacia hidrográfica do Rio São Francisco deve ser entendida, então, como um grande  sistema de  vasos  comunicantes,  com  a perpétua  circulação da água no ciclo hidrológico, que abrange  as matas, as nuvens de chuva, o lençol freático, a água subterrânea e as  nascentes.  É premente a necessidade de se preservarem matas ciliares e de topo, de se controlar a utilização de agrotóxicos e de  se  manter um equilíbrio dinâmico e robusto do rio e  de  seus afluentes.
     Nas palavras do Secretário José Carlos Carvalho, encontramos suporte para a definição  da  importância  do  Rio  Samburá.  O Secretário assim se expressa: “Bem no pé do ipê amarelo brotam as águas cristalinas do Rio Samburá. O filete de água corre por entre braquiárias, capim barba-de-bode e pouca mata ciliar, serpenteando vales e montanhas até encontrar o histórico São Francisco, para, juntos, atravessarem cinco Estados brasileiros  até  o  Oceano Atlântico.  Os  novos estudos, certamente, contribuirão  para  que cuidados  redobrados  se tomem em relação ao tributário  maior  do rio,  cujas nascentes talvez até reclamem a criação de uma unidade de conservação para melhor protegê-las. Vamos nos debruçar  sobre os  resultados  da  pesquisa  da  Codevasf  para  orientar  nossas decisões  setoriais,  ouvindo a Agência Nacional  de  Águas,  como órgão técnico federal responsável por estas definições. Com uma ou duas nascentes, uma histórica, outra geográfica - não importa -, o São Francisco é a esperança de dias melhores e de condições  mais saudáveis  de vida para uma parte considerável de nossa  população do semi-árido”.
     A instituição da APA Bacia do Samburá deve ser entendida como um  poderoso  instrumento de planejamento regional,  estabelecendo uma  nova  forma de convívio harmônico entre o rio e a comunidade, com um aproveitamento mais racional dos recursos naturais da bacia hidrográfica.
     É fundamental a participação da sociedade civil, ao lado do poder  público,  na  administração dessa unidade  de  conservação, assegurando a gestão do uso dos recursos hídricos de acordo com os princípios   do   desenvolvimento   sustentável.   Os Municípios
integrantes  da Bacia do Rio Samburá poderão, com a  aprovação  da área de preservação ambiental, unir esforços para a celebração  de acordos,  contratos e convênios entre si ou com entidades públicas ou   organizações  não  governamentais,  incrementando  ações   de
recuperação do rio e criando condições para a melhoria qualitativa das águas do Rio São Francisco.
     Pelo  exposto, submeto o projeto de lei aos pares desta Casa, para  que, ao aprová-lo, prestem uma valiosa contribuição aos rios Samburá e São Francisco.
     -  Publicado, vai o projeto às Comissões de Justiça, de  Meio Ambiente e de Fiscalização Financeira para parecer, nos termos  do art. 188, c/c o art. 102, do Regimento Interno.

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CANAVIAIS AMEAÇAM NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO
O crescimento de 58,31% na área destinada ao plantio de cana-de-açúcar no Centro-Oeste de Minas Gerais, onde estão as nascentes do São Francisco, põe em risco a vida no nascedouro do rio. Os dados referentes ao avanço são da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais – Faemg e mostram o crescimento acelerado dos canaviais, estimulado pelas novas perspectivas de uso do etanol. De julho de 2006 a julho de 2007, a área reservada à cultura na região passou de 22.842 hectares para 33.876 hectares. No mesmo período, a produção aumentou de 1,7 milhão para 2,57 milhões de toneladas por ano, o equivalente a um crescimento de 50,63%.
Entre outras conseqüências para o meio ambiente, especialistas destacam o assoreamento, contaminação do lençol freático, desmatamento e comprometimento das matas ciliares. As empresas de açúcar e álcool se defendem, alegando que trazem desenvolvimento, obedecem à legislação e a atividade não causa danos à natureza. “As pessoas que falam em ameaças estão desinformadas”, afirma Luciano Rogério de Castro, superintendente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais.
O jornal Estado de Minas conferiu essa expansão e ouviu depoimentos sobre os riscos da monocultura canavieira. Foram percorridos centenas de quilômetros em oito municípios do Alto São Francisco: Lagoa da Prata, Iguatama, Bambuí, Medeiros, São Roque de Minas, Piumhi, Alpinópolis e Luz. Também foram constatadas as marcas da degradação na área da “nascente geográfica” do São Francisco, no município de Medeiros – descoberta em 2002 e reconhecida em 2004. São erosões e sinais de queimadas. No entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra, onde fica a “nascente histórica”, é visível o passivo ambiental deixado por mineradoras que foram fechadas por determinação do Ministério Público Federal.
A expansão da cana começou a ser estimulada, há anos, por uma grande usina de açúcar e álcool instalada em Lagoa da Prata, hoje controlada por um grupo francês. Atualmente, está sendo construída uma destilaria de álcool em Bambuí. A região vive a expectativa da montagem de uma outra unidade, em Iguatama. Nesses três municípios, o cultivo ocupa áreas cada vez maiores, com os proprietários rurais arrendando suas terras para as usinas. A mesma situação se repete em Luz.
A área de proteção das nascentes do Velho Chico sofre ameaça de redução, representada por um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional. A proposta altera os limites do Parque da Serra da Canastra, retirando dos seus 200 mil hectares (área prevista no decreto que o criou, há 35 anos) perto de 50 mil hectares, onde foram iniciadas atividades de exploração agrícola e de mineração. Para a administração do parque, o projeto abre caminho para que o plantio da cana avance e ocupe mais áreas na região das nascentes.
“O aumento do plantio em direção à cabeceira do São Francisco só vai prejudicar a região e o rio”, alerta o presidente do Comitê da Bacia dos Afluentes do Alto São Francisco, Lessandro Gabriel da Costa, que mora em Lagoa da Prata. Segundo ele, o desmatamento é o maior estrago provocado pela monocultura da cana. “Com a retirada da vegetação, o solo fica descoberto. Se não for feito um trabalho preventivo, aumenta o processo de erosão dos pequenos rios”, diz.
O presidente do comitê salienta que 80% das águas do Velho Chico saem de Minas Gerais. “Mas, em torno de 60% dessa quantidade sai da nossa região”, observa. Já o ambientalista Geraldo Gentil Vieira, técnico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba – Codesvaf e morador de Iguatama, teme o aumento do desmatamento. “O plantio da cana força a abertura de novas áreas, atingindo encostas, que deveriam ser reservas legais. Assim, acabam matando os cursos d’água”, afirma.
Próximo à zona urbana de Iguatama, a cerca de 400 metros da margem do São Francisco, há um canavial e queimadas recentes. Segundo Gentil, num terreno abaixo da área hoje ocupada pela cana, há alguns anos, existia uma lagoa marginal, que teria sido drenada. Hoje, o terreno é coberto pela vegetação nativa, que serve como pastagem.
Além do assoreamento, a monocultura pode acarretar problemas para a fauna. O alerta é dos estudantes de biologia Paolo Verne e Cristina Martins Simões, que desenvolvem um estudo sobre as aves migratórias numa fazenda à beira do Rio São Francisco, em Iguatama.
Na propriedade existe uma área, próxima ao leito, que inunda durante o período das chuvas, sendo formadas lagoas marginais. Por essa condição, a região recebe aves migratórias do pantanal mato-grossense, como o tuiuiú. A fazenda está sendo cercada por plantios de cana. Por essa razão, os estudantes temem que, dentro de algum tempo, as lagoas marginais venham a desaparecer, o que afastaria as aves da região. Estado de Minas/Luiz Ribeiro,  19/11/2007. Fonte: www.amda.org.br; acesso em 20/11/2008.

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RIO SÃO FRANCISCO - NASCENTES EXIGEM MAIS PROTEÇÃO

Além dos riscos para a nascente histórica, dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, o Rio São Francisco enfrenta ameaças em sua nascente geográfica, reconhecida oficialmente pela Agência Nacional das Águas (ANA) no Rio Samburá, em Medeiros, no Centro-Oeste de Minas, a 315 quilômetros de Belo Horizonte.
A região vem sofrendo com as ações do homem há quase dois séculos”, afirma o ambientalista e técnico Geraldo Gentil Vieira. Com outros técnicos da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), ele determinou, em 2002, que a verdadeira nascente da bacia era em Medeiros, pois os estudos comprovaram que, na confluência entre dois rios, o Samburá tinha mais profundidade e vazão. O rio nasce a 50 quilômetros do parque da Canastra.
Entre as principais ameaças ao local estão as erosões, as queimadas, a monocultura e a ocupação irregular dos terrenos. A esperança de preservação está no projeto que cria o Monumento Natural do Rio Samburá, em tramitação na Câmara dos Deputados, em Brasília. “Mas acho que podem ser feitas ações na área dentro do próprio projeto de revitalização do Rio São Francisco”, assinala o secretário de Meio Ambiente de São Roque de Minas, André Picardi.
André assegura não existir disputa entre sua cidade e a vizinha em torno da localização da nascente principal do São Francisco. “Acredito que este fato ainda vai ser muito bom para Medeiros. Para nós, não atrapalha em nada e o interesse pelo parque só tem crescido, inclusive com visitantes internacionais, como observadores europeus de pássaros”, afirma. Cerca de 35 mil pessoas visitam a cidade por ano.
Para o administrador do Parque Nacional da Serra da Canastra, Joaquim Maia Neto, o que tem de ser feito agora é garantir a proteção do rio Samburá e da área fora do parque.

Estado de Minas/Luiz Ribeiro, 20/11/2007.


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RIO SAMBURÁ, A NASCENTE GEOGRÁFICA

Medeiros é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2004 era de 3.197 habitantes. Um dos municípios integrantes do Circuito da Serra da Canastra.
Cidade privilegiada por suas riquezas naturais, tais como nascentes e quedas d'água, e expressões culturais regionais tais como as festas típicas de Trilhão (janeiro), Aniversário da Cidade (março), Semana Santa (abril), Novenas de Sâo José e São Sebastião (maio), Festa do Produtor Rural (junho), Folia de Reis(agosto).
De acordo com o engenheiro agrônomo Geraldo Gentil Vieira (Codevasf), a verdadeira nascente do rio São Francisco está no Planalto de Araxá, no município de Medeiros. Segundo o estudioso, o rio Samburá não é um afluente. Ao contrário, os pesquisadores defendem que o "Velho Chico", na verdade, seria o afluente do Samburá. Do planalto de Araxá até o ponto de confluência dos dois rios, no cânion de São Leão, a distância é de 147,30 quilômetros. Já a distância do cânion até a nascente oficial do São Francisco, na Serra da Canastra, é apenas 98,12 quilômetros. “Como um rio maior pode ser afluente do menor?”, questiona Geraldo Vieira, que nasceu em Iguatama, cidade ribeirinha do São Francisco, próximo à Serra da Canastra. Fonte: Wikipedia; acesso em 20/11/2008.

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SERRA DA CANASTRA 5: AS DUAS NASCENTES DO SÃO FRANCISCO

DESCOBERTAS DO BRASIL - 19/12/2008



Desde criança a gente aprende que o rio São Francisco nasce no Parque Nacional da Serra da Canastra. Está nas enciclopédias, no site do Ministério da Integração Nacional. Porém, lá no parque, moradores me disseram que haviam descoberto uma nova nascente. E, para minha surpresa, faz tempo. Levantamentos técnicos promovidos entre 2001 e 2002 pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) defendem que a verdadeira origem do Velho Chico seria o rio Samburá, que nasce em Medeiros, cidade vizinha à Canastra e a 314 km de Belo Horizonte.
Os especialistas da Codevasf – engenheiros e geógrafos - percorreram o São Francisco durante 32 dias até a foz. Concluíram que o rio Samburá era o São Francisco porque o braço que desce da serra da Canastra até a confluência dos dois rios não seria a principal nascente. Comparados os dois, o Samburá teria maior bacia hidrográfica, maior vazão, calha e profundidade. Essas características definiriam qual é o trecho principal de um rio. O São Francisco, pelo levantamento, cresceu 49 km: a diferença entre a distância do trecho do Samburá até a confluência com o braço do rio que vem da serra (147 km) e de lá à origem na Canastra (98 km). "O rio passou a ter 2863,3 km em vez de 2814,12 km" disse Geraldo Gentil Vieira, engenheiro agrônomo e coordenador da pesquisa. Segundo Gentil, o IBGE seria quem melhor poderia validar o estudo, mas, segundo ele, ainda não homologou a pesquisa da Companhia.
Após o levantamento, diversos jornais divulgaram a notícia. A Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pela implementação da gestão dos recursos hídrico do país, considera hoje duas nascentes para o Velho Chico. Tudo depende dos critérios. “A nascente do São Francisco continua a mesma, reconhecida pela população e tal como consta na cartografia brasileira”, disse o gerente de informações geográficas, Marcio Bomfim Pereira Pinto. No entanto, Bomfim explicou que para levantamentos geográficos e técnicos o que vale é o curso d’água principal da bacia, o que, mesmo sem considerar critérios como profundidade e calha, também chegaria à mesma conclusão obtida pela Codevasf.  “O curso d’água principal de uma bacia é o que possui a maior área de contribuição, maior vazão média. Assim, no caso da bacia do São Francisco, o curso d’água principal começa pelo rio São Francisco, segue pelo Samburá...”



Discussões à parte, quem visita a Serra da Canastra hoje recebe dos guias e mesma informação reconhecida pela ANA: há duas nascentes: a histórica, na beira da estrada principal do parque e a menos de 30 km do centro de São Roque de Minas; e a geográfica do curso d’água principal da bacia do São Francisco, na região do Samburá. Ao ligar na sede do IBAMA da Canastra, em São Roque de Minas, também obtive a confirmação a existência das “duas origens”.
Para os mais curiosos, o estudo da Codevasf provocou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para a criação da Área de Proteção Ambiental da  Bacia do  Samburá  - APA Bacia do Samburá. Os ambientalistas argumentam que a nova nascente do Samburá sofre danos causados por plantações de soja.  
Por Eduardo Merli. Fonte: viajeaqui.abril.uol.com.br/indices/conteudo/blog; acesso em 12/02/2009.

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